sexta-feira, janeiro 27, 2006


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quinta-feira, janeiro 26, 2006

Over & out ou a arte da não desistencia...

...às vezes dá vontade de bater com a porta. De esquecer. Pôr um ponto final no capítulo. Passar para outro ou ate mesmo fechar o livro e arrumar numa prateleira pouco visivel...onde nunca mais queremos ir...nem para limpar o pó....

Às vezes desistimos das pessoas.

Primeiro é o tempo que passa sem recebermos um simples Olá...

Depois...é a distância que se cria quando não andamos "juntos" nesta vida...

Filosofias diferentes de encarar essa mesma vida, gestões avarentas de afectos, conflitos que não se conseguem ultrapassar nesta nossa mesquinhez humana...

...às vezes traições. Quando se tem alguém na lista dos "favoritos" é dificil aceitar uma deslealdade...engoli-la e dormirmos bem de noite...

Senão me fores "leal" como me podes ser "fiel"????

Não podes.

Se me virares hoje as costas como vou amanhã sorrir para ti?

Não tem haver com cobrança.
Não tem haver com castigo ou chantagem.

Tem mais haver com estas pequenas magoas que vou acumulando no nosso Diario de Bordo.

E mágoas são mágoas. Faltou me a tua voz. Faltou me o teu ombro.
Faltou tu teres defendido a nossa amizade.

Ha muito tempo enviaram me um mail sobre as palavras que dizemos, desnecessáriamente....

Há regras a cumprir : ser uma informação útil, fazer bem a alguma das partes dize-lo ou ouvi-lo...

Se por ventura contamos um segredo triste de alguém a um outro alguém...
isso irá ajudar a quem??? Teremos a chave para fazer a outra pessoa mais feliz??? Poderemos de alguma forma ajuda - lo????

...de resto...se as pessoas a quem contamos não podem fazer nada para minimizar a tristeza do outro...para que contamos????

...talvez aquele velho hábito...conversa de suburbio....e assim, às vezes, se perdem os amigos....

...e por muito tempo que se deixe passar, está lá sempre aquela mágoa que nos impede de sorrir mais e melhor para o outro...que nos impede de dar aquele abraço de que já temos saudades...de partilharmos outros momentos únicos e aquele à vontade de me sentir em casa, na tua casa...

Senão me fores leal...como me poderás ser fiel?

E assim se perdem os amigos. Por coisa nenhuma às vezes.
Outras por grandes coisas. Como o tamanho da amizade.

Quanto mais verdadeira a amizade, menos admite sucedaneos dela...

Como nao desistir deles??? dos que ficaram pelo caminho?

Como voltar a acreditar neles??

Ainda nao sei a resposta...mas confesso que, embora sem contacto com eles, ainda nao os deletei da minha pasta de Favoritos...






quarta-feira, janeiro 25, 2006

Over & Out ou a arte de bem navegar...

Ninguém consegue navegar se não largar as amarras...lógico. Passa-se o mesmo com a vida. Não conseguimos viver se ainda estivermos presos ao passado. Temos que largar amarras e deixar o tempo e a maré afastarem nos do cais...Facil de dizer, mais dificil é esperar pelo tempo e até mesmo pela maré...

Adeus pé firme. As ondas balançam-nos e temos que manter o equilibrio -no principio precário, eu sei. E depois ha fases na nossa vida que mais parecem o estofo da maré...nem sobe nem desce. Não vamos a sitio nenhum, nao saimos dali. E sem vento...ohoh....ha estofos da maré que duram anos...
O vento tem que ser a nossa energia, nascida da nossa força e dos impulsos exteriores...mas temos k ser nós a chamar o vento (porque nao?? os indios tambem chamam a chuva).

Eu gosto de chamar o vento, quando parece prestes a extinguir se nas minhas mãos...quando parece que estou prestes a ir ao fundo com a ancora!

Gosto da adrenalina de ir até ao fim de uma rabanada de vento para saber para onde depois devo dirigir o leme...não consigo saber antecipadamente onde vou virar para este ou oeste...ou quantos graus a sul de determinado ponto faço a viragem final....vou indo pela minha energia fora...improvisando ate que no "red moment" iço o spi e apanho o rumo certo (agora que já nao me precipito tanto).

Também já não tento controlar e reger a minha vida por mapas ou cartas de navegação...apenas pequenos trajectos...para o resto da viagem acredito em mim, nos meus ideais e nos meus afectos, que me levam sempre a portos seguros...embora as vezes, fora de horas.


terça-feira, janeiro 24, 2006


...OVER & OUT ou a arte de descobrir o depois...

No verão de 2003 fui a Marrokos com um grupo de amigos, uma viagem de lazer transformada em Big Brother ...com chá de menta. Para além de me terem feito sentir expulsa logo no 5º dia, também me deram a oportunidade única de atravessar o deserto sem realmente alguma vez lá termos chegado...o que demonstra bem o surrealismo daqueles dias!! Mas o mais importante veio depois...descarregada a bagageira, encontrei um livro.
Digamos que ao olhar o "Livro" deu me um clic e o trouxe comigo...sabendo antecipadamente a quem poderia pertencer (obrigada Julia!!). Ao fim de uma semana entreguei-o, depois de o ter lido todo de fio a pavio, tomado anotacoes e ter treinado exaustivamente pela noite a dentro, a enumerar todos os objectivos de vida que (afinal!!) tinha...rebobinando hoje este filme, lembro me de estar na praia com a minha neta e de ter sentido uma imensa paz de espirito...pegar nela ao colo e sentir o carinho a aquecer me as veias...mergulhar os meus ohos nos seus e sentir que aquele era um momento único para o resto da minha vida!!!

E foi. Regressada a Lisboa das alegrias maternais, comecei a pôr em prática os ensinamentos. As pessoas que tinha a meu lado quereriam ser incluídas nos meus projectos de vida? Isto é...eu ja tinha um caminho traçado (a lápis não fosse estar errada) mas será que iriam querer viajar comigo? Depressa intuí que ia ter que usar a borracha para apagar alguns troços...e foi uma grande revolução. Aproveitei a boleia do choque emocional (porque o foi) e de uma só rajada pus a casa, onde vivia ha 20 anos, à venda...tirei a internet e o telefone fixo, comprei "Mulheres Que Amam Demais" e fui fazer o curso de marinheiro, porque quis, porque queria manter a cabeça ocupada, porque a folhas tantas senti que isso era das poucas coisas que me davam verdadeiro prazer...e já ha muitos anos e independentemente da companhia!!!!

Talvez olhando para mim julgassem que eu era uma vencedora...afinal ali estava eu sempre de sorriso e gargalhada prontos, aplicada e com bagagem verbal, pronta para enfrentar as mudanças de vento. Afinal vencia de novo a solidão (não porque vivesse sózinha, mas a outra, a outra solidão, mais sentida e mais entranhada) noite-a-dentro lendo e absorvendo, fascinada de novo. Desta feita, não pelos mistérios dos que teclavam nos chats, mas pelos meus próprios mistérios...bóias de sinalização...faróis e mudanças de rota.

Mas nao era uma vencedora de forma alguma...embati logo no primeiro cargueiro estacionado no Tejo e sobre esse embate só passado algum tempo soube a razao...fi-lo sem consciência, não por falta dela no verdadeiro sentido da palavra, mas porque ainda não conhecia bem a mulher que existia em mim. Porra, eu era muito mais profunda do que eu própria desejava ser!!!!! :-O (espanto)

Desse embate consegui tirar diversas, novas e sábias conclusões: Nada de precipitações...tinha que começar a travar os meus impulsos...antes de saber a natureza das minhas empatias!!!

E principalmente não sem antes, conhecer bem as pessoas que se iam (inevitavelmente) cruzar comigo...

...porque depois dos 40, trazemos mundos connosco...carregamos habitos, dores e traumas...carregamos fantasmas e almas gémeas criados por nós e a quem damos vida...sem nos apercebermos...não temos só uma série de musicas e um monte de livros...temos tanta coisa às nossas costas!!!!