A plenitude do nada

Empresto-me ainda de Mia Couto, para dar voz as minhas fotos...




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" O que mais doi na miséria é a ignorância que ela tem de si mesma.


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Confrontados com a ausência de tudo, os homens abstêm-se do sonho, desarmando-se do desejo de serem outros.


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Existe no nada essa ilusão de plenitude que faz parar a vida e anoitecer as vozes"


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In "Vozes anoitecidas"
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o Baobá...

Foto: Senegal 2002

...também conhecido por imbondeiro, embondeiro ou árvore garrafa, pela sua enorme capacidade de armazenamento de água dentro do seu tronco, é o emblema nacional do Senegal.

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Muitos de nós, distantes deste continente, tomámos conhecimento dela , através do Principezinho de Saint-Exupéry...quando se receava pelo futuro de um planeta...

E já que a "conversa" (que é como as cerejas) nos trouxe até aos livros, não posso deixar de aqui transcrever uma passagem do conto

"O embondeiro que sonhava pássaros" de Mia Couto:

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"... é verdade mãe, aquela árvore é capaz de grandes tristezas. Os mais velhos dizem que o embondeiro, em desespero, se suicida por via das chamas.

Sem ninguém pôr fogo..."

E se nem sempre os nossos passos reflectem o nosso desejo ou essência,

outros haverão, que são testemunho nosso.

E se nem sempre os nossos passos nos levam às terras que buscamos,

outros haverão, que nos levarão mais dentro...