sábado, agosto 09, 2008


"...é através da prática que podemos efectuar o nosso desenvolvimento interior.
Para mudar, devemos primeiro mudar-nos a nós proprios.
Se não mudarmos, nada irá mudar, e esperar que os outros mudem é inteiramente irrealista.
Dalai Lama, "para uma mente tranquila".
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"Vós sois o vosso próprio Mestre. O nosso futuro depende inteiramente de nós próprios.
Mais ninguem pode cuidar da nossa vida futura e o presente repousa nos nossos próprios ombros"
Buda

sexta-feira, agosto 08, 2008

A dança das palavras

Fora promessa. Uma raiva contida, uma dor qualquer.




Uma fúria. Um vento.







Calaria as palavras.




Não se deixaria possuir através delas.




Não se deixaria adivinhar depois delas.




Diferente de esconder, guardava.




Foi assim que um dia se viu: guardadora de palavras.




Havia noites em que sentia a dormência das pernas




das palavras que dormentes




esperavam voz.




Havia manhãs que os braços




acordavam antes dela




no desassossego




das palavras que possuiam.




E sempre o silêncio.




Também não faria qualquer diferença dizê-las:




amanheceria religiosamente




ao amanhecer




e, a noite, cairia sempre, indiferente,




ao anoitecer.




Não faria diferença soletrá-las.




Não faria diferença gritá-las,




ou sussurá-las:




todos os continentes continuariam




retidos nas suas geométricas latitudes




e todos os oceanos continuariam densamente salgados.




Que mais poderia importar na lei apaziguada das coisas?




Talvez em si, fizesse diferença, guardá-las.




Ser possuída por elas.







E quando em si já mais não cabiam, deixou que o corpo transmitisse o código secreto das palavras guardadas.







Soltou o corpo na sua tradução.










Houve quem, muitas palavras depois, desse tempo de silêncio, a acusasse de só querer dançar.










Será que estas

palavras traduzem

o aplauso ao link submerso no título ? :)

terça-feira, agosto 05, 2008

Guerreiros Tuaregues

Almas e Rostos -Pintura, Marraquexe 2003

"Abandonados pelos Deuses" e descendentes da rainha guerreira Tin-Hinan e seu companheiro Takama, fazem parte do imaginário de qualquer viajante seduzido pelo Sahara.





segunda-feira, agosto 04, 2008


...às vezes apetece-me chamar a trovoada.



Ver o relâmpago abrir o céu,





...finalmente, sentir a frescura das gotas de chuva.





Como se só depois da tempestade magnética das forças da natureza, a paz fosse possível.




2007

domingo, agosto 03, 2008

"Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível,


é sentir até ao último fim, o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador.


Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada."



Clarice Lispector