sábado, agosto 16, 2008

"...muitos odeiam a tirania apenas para que possam estabelecer a sua.









...Os homens não desejam aquilo que fazem,
mas os objectivos que os levam a fazer aquilo que fazem... "

(Platão)
.
.





Fotos: Londres, Março, 2008

quinta-feira, agosto 14, 2008

De Trás dos Montes das Pedras

Pois se todos partem,



.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.



partamos nós também :)






... para as frescas névoas...




para as basálticas formas...

em extase.

...pois que, até Miguel Torga dizia...



...que em qualquer aventura,




o que importa, é partir, não é chegar...



assim,

partamos. No mapa desenhado na paisgem, de Sta Luzia.

Partamos para os vales de rios serpenteados


ou

dos


circulos
em
espelho...



ou para os cumes

do silêncio

neste lugar esquecido



ou para os oniricos

bosques de

fadas

encantadas de azul

















Não importa para onde...

Partamos...


porque,

o que importa,

não é chegar,

é partir...

Fotos: Sirvozelo, Cela de Cavalos, cabril que não é o Cabril, Rio Fafião, Pedra Bela.

Para qualquer informação sobre as cascatas, as lagoas e tudo o mais, estacionem no Largo principal de Paradela. No Café, perguntem à morena Lola ou à sua mãe, como se vai para qualquer um dos paraísos.



Se tiverem muita fome, não pensem duas vezes: procurem a costoleta barrosã.



Se tiverem fome de pão, pão a sério, desçam a rua da fonte e descubram a D.Luisa.


Se tiverem sede, a fonte vos saciará.

Está na hora de calçar os ténis :) partamos....




segunda-feira, agosto 11, 2008

O lago da lua - Ana Paula Tavares




O LAGO DA LUA
No lago branco da lua
lavei meu primeiro sangue
Ao lago branco da lua
voltaria cada mês
para lavar
meu sangue eterno
a cada lua

No lago branco da lua
misturei meu sangue
e barro branco
e fiz a caneca
onde bebo
a água amarga da minha sede sem fim
o mel dos dias claros
Neste lago deposito
minha reserva de sonhos para tomar

In O Lago da Lua, 1999


ou

No meu altar de pedra
arde um fogo antigo
estão dispostas por ordem
as oferendas
neste altar sagrado
o que disponho
não é vinho nem pão
nem flores raras do deserto
neste altar o que está exposto
é meu corpo de rapariga tatuado


neste altar de paus e de pedras
que aquí vês
vale como oferenda
meu corpo de tacula
meu melhor penteado de missangas.

ou ainda,

De que cor era o meu cinto de missangas, mãe
feito pelas tuas mãos
e fios do teu cabelo
cortado na lua cheia
guardado do cacimbo
no cesto trançado das coisas da avó

Onde está a panela do provérbio, mãe
a das três pernas
e asa partida
que me deste antes das chuvas grandes
no dia do noivado.

De que cor era a minha voz, mãe
quando anunciava a manhã junto à cascata
e descia devagarinho pelos dias?

Onde está o tempo prometido p'ra viver, mãe
se tudo se guarda e recolhe no tempo da espera
p'ra lá do cercado?




Ana Paula Tavares


Nota: Submersa no título, a viagem transatlântica até ao blog que me deu a conhecer a escrita desta poetisa angolana.

e a Lua de Cesária Évora aqui tão perto :

http://mrdoc2006.blgspot.com :)


E aqui, a letra desta música, em crioulo, gentilmente oferecida por este "ser de outro planeta":


Cesaria Evora - Lua nha testemunha
Bô ka ta pensâ
nha kretxeu
Nen bô ka t'imajiâ,
o k'lonj di bó m ten sofridu.

Perguntâ
lua na séu
lua nha kompanhêra
di solidão.
Lua vagabunda di ispasu
ki ta konxê tud d'nha vida,
nha disventura,

El ê k' ta konta-bu
nha kretxeutud
k'um ten sofrid
una ausênsia
y na distânsia.

Mundu, bô ten roladu ku mi
num jogu di kabra-séga,
sempri ta persigi-mi,
Pa kada volta ki mundu da
el ta traze-m un dor
pa m txiga más pa Déuz


Obrigada Alien!!!

domingo, agosto 10, 2008