quinta-feira, janeiro 26, 2006

Over & out ou a arte da não desistencia...

...às vezes dá vontade de bater com a porta. De esquecer. Pôr um ponto final no capítulo. Passar para outro ou ate mesmo fechar o livro e arrumar numa prateleira pouco visivel...onde nunca mais queremos ir...nem para limpar o pó....

Às vezes desistimos das pessoas.

Primeiro é o tempo que passa sem recebermos um simples Olá...

Depois...é a distância que se cria quando não andamos "juntos" nesta vida...

Filosofias diferentes de encarar essa mesma vida, gestões avarentas de afectos, conflitos que não se conseguem ultrapassar nesta nossa mesquinhez humana...

...às vezes traições. Quando se tem alguém na lista dos "favoritos" é dificil aceitar uma deslealdade...engoli-la e dormirmos bem de noite...

Senão me fores "leal" como me podes ser "fiel"????

Não podes.

Se me virares hoje as costas como vou amanhã sorrir para ti?

Não tem haver com cobrança.
Não tem haver com castigo ou chantagem.

Tem mais haver com estas pequenas magoas que vou acumulando no nosso Diario de Bordo.

E mágoas são mágoas. Faltou me a tua voz. Faltou me o teu ombro.
Faltou tu teres defendido a nossa amizade.

Ha muito tempo enviaram me um mail sobre as palavras que dizemos, desnecessáriamente....

Há regras a cumprir : ser uma informação útil, fazer bem a alguma das partes dize-lo ou ouvi-lo...

Se por ventura contamos um segredo triste de alguém a um outro alguém...
isso irá ajudar a quem??? Teremos a chave para fazer a outra pessoa mais feliz??? Poderemos de alguma forma ajuda - lo????

...de resto...se as pessoas a quem contamos não podem fazer nada para minimizar a tristeza do outro...para que contamos????

...talvez aquele velho hábito...conversa de suburbio....e assim, às vezes, se perdem os amigos....

...e por muito tempo que se deixe passar, está lá sempre aquela mágoa que nos impede de sorrir mais e melhor para o outro...que nos impede de dar aquele abraço de que já temos saudades...de partilharmos outros momentos únicos e aquele à vontade de me sentir em casa, na tua casa...

Senão me fores leal...como me poderás ser fiel?

E assim se perdem os amigos. Por coisa nenhuma às vezes.
Outras por grandes coisas. Como o tamanho da amizade.

Quanto mais verdadeira a amizade, menos admite sucedaneos dela...

Como nao desistir deles??? dos que ficaram pelo caminho?

Como voltar a acreditar neles??

Ainda nao sei a resposta...mas confesso que, embora sem contacto com eles, ainda nao os deletei da minha pasta de Favoritos...