sábado, abril 22, 2006

Vê-me com o coração


Vê-me pelo teu lado de dentro.

Olha-me através dos nossos corações, não te detenhas em detalhes de pele, em sinais de palavras, na dialéctica sintética dos jogos de poder...

Assim perdes-me, na revolta calada da mágoa que fica. No aqui, do cimento que alisas perfeito, sobre as ondas que sentes em mim...

Não contenhas as ondas do meu coração, mergulha nelas e sente-lhes o sal...talvez a nossa verdade esteja escondida nas profundezas.

Já eu sabia do canto das sereias e ainda tu procuravas tesouros em barcos adormecidos...

Já eu sabia dos unicornios marinhos que me arrastam para a distancia de ti e ainda tu procuras ervas daninhas nas algas que aqui brotam selvagens e puras.



Com tanto frio ainda me transformo num glaciar.

sexta-feira, abril 21, 2006

Baloucem-se...



Porque a felicidade é um sentimento muito forte, é-nos concedida em momentos...façam-nos!

Se temem dar o salto...baloucem-se...nela!

Inebriem-se aos bocadinhos...se temem o disparo do coração...

Vai...vem...experimentem...!

Não doi, não deixa nódoas negras, nem mancha, nem aureola!

Sejam crianças e brinquem!

Sejam macacos e pulem!

Não poupem os momentos em que podem ser felizes!

Felicidade não se adia e o tempo não perdoa...!

BOM FIM DE SEMANA :-)

PS-guardem o cinzento na gaveta, escondam o comodismo no sotão, limpem o pó aos vossos olhos e aspirem...a mais!

Eu também o vou fazer! palavra de escuteira ;)

quinta-feira, abril 20, 2006

Entre mim e ti...


Entre mim e ti existe uma ponte de palavras, que atravessamos sempre que o sol cruza o hemisferio da nossa empatia.

Entre mim e ti existe uma ponte de pedras, que subimos sempre que o tédio nos impulsiona para a queda.

Entre mim e ti existe uma ponte de luz que acendemos sempre que os nossos corpos se procuram.

Entre mim e ti existe a possibilidade vaga de encontro, nesta ponte entre ti e mim.

Cruza-me com o teu sol
no encontro silencioso das pedras.

domingo, abril 16, 2006

Ocasos e amanheceres...


Há em todas as vidas ocasos e felizmente também amanheceres. Algures, num cruzamento ou outro, damos connosco num fim de dia, como se fosse o fim da vida, quando é apenas hora de mudança na viagem ou de estrada.

Há muitos que por serem impulsivos, dão por feitas as malas que nunca sairão do roupeiro, dão por findos os relacionamentos que afinal estão ali, do lado de lá da porta, escondidos debaixo do tapete à espera, que sorrateiramente o lado mais sensível supere a frustração do momento...

Outros, por cobardia ou por oferecerem resistência à mudança (inevitável, mais tarde ou mais cedo) insistem no cansaço, no tédio da rotina, no cinzento dos gestos, na hipocresia das relações superfulas, futeis na sua cegueira, das contas pagas em conjunto, da casa e dos filhos...

Há ainda outros, que por serem os eternos sonhadores optimistas, vivem na crença que vão conseguir dar a volta, reciclar a relação, umas ferias a dois, uma praia de palmeiras, um champagne, uma lingerie mais sedutora...

Esquecem-se sempre que se "o outro" não sentir e não desejar, o mesmo, não conseguirão fazer nas praias afrodisiacas o que não fazem em casa...esquecem sempre, que o tédio também acontece à sombra de uma palmeira, que o sorriso nasce por dentro e que a magia do amor só é possivel, qundo dentro de duas pessoas, existe aquele encantamento ainda vivo pelo outro...

Inevitávelmente, contemos com os ocasos que nos esperam, no mar ou em terra, quando a luz se esvai no horizonte e nos resta apenas o euzinho que construímos ao longo dos anos, o euzinho possivel dentro das nossas circunstâncias, o eu que nós quisemos ser e em ultima analise o eu, que nós permitimos que os outros fizessem de nós...

Contemos com as horas passadas connosco, porque somos sempre a melhor escolha ou porque nos ocasos da vida somos a única escolha e sejamos fortes o suficiente para sabermos o que queremos de nós proprios, dos outros e da vida...

Sejamos loucos o suficiente para desejarmos ser felizes por si mesmo, ser felizes sem ajuda de carros ultimo modelo, de casas inteligentes de vidros duplos e antipó, de sermos felizes só porque o vento nos despenteia, só porque o sol nos aquece, porque aquele livro (ou outro qualquer) nos fala das coisas que sempre sentimos e porque aquela música nos faz sonhar...ser felizes porque as nossas pernas ainda nos permitem correr por uma cidade e conhcê-la através de uma nova luz...ser felizes porque o nosso coração ainda tem tanto espaço, porque a nossa vida ainda tem tanto para ser vivida, ser felizes por um momento e voltar a sê-lo de novo mais uma e outra vez!

Sejamos sempre irreverentemente jovens para acreditar que há milhares de coisas boas que ainda nos vão suceder, para acreditar que depende de nós o sol nascer novamente amanhã... Sejamos sempre enternecidamente sensíveis para acreditar na beleza da poesia que por vezes nos inunda a alma e que escondemos dos outros, para acreditar na Esperança de um mundo melhor, com melhores pessoas!

Sejamos loucos, irreverentes, inteligentes e jovens para acreditar que depende de nós esse mundo melhor, hoje e agora, acreditar em nós próprios...!

Sair da monotonia, do calor comodista e fatalista do sofá, virar a mesa, acreditar que temos o direito de sermos felizes, seja onde for e como for!

...e do ocaso, nascerá sem duvida um amanhecer gratificante...porque somos nós que amanhecemos em nós proprios, renascidos das sombras da noite, fortalecidos pelo sangue novo que brotou em nós e nos impulsiona para a vida...!

Pessoas felizes fazem pessoas felizes!