"...E da coragem. É o que inevitavelmente acontece aos homens sós. Não sonhas, homem novo, a coragem que é precisa na adolescência, quando temos tudo para construir à nossa custa. É claro que temos os outros, sobretudo os amigos. Mas, tu sabes, temo-nos acima de tudo, a nós.
Esse encontro com a essência de nós, leva-nos à nossa própria descoberta. Que tens dentro de ti?
Quem és?..."
"...Pela vida fora, vais perceber que essa individualidade que criaste na adolescência, sem desprezares a individualidade dos outros, vai ser a base de todas as decisões difíceis que tomarás no futuro. É certo que há os amigos e todos aqueles que nos estão mais próximos.
Mas nos grandes momentos, estamos sós.
A nossa individualidade é o conhecmento que adquirimos sobre a nossa diferença, a nossa especificidade. Assim, quando a vida se turvar toda à tua volta e estiveres perdido, saberás que poderás regressar a ti e daí partir para actuar em função do melhor de ti.
Porque não te deves esquecer, claro, que deves procurar ser, sempre, a pessoa que fará mais esforço do que qualquer outra, para não te trair."
"O homem novo" de Luis Valente Rosa.