mora sempre por castigo
num bairro antigo, num bairro antigo
e a seu lado para falarem à vontade
mora a saudade, mora a saudade
mais em frente numa casa de pobreza
vive a tristeza, vive a tristeza
tem corrido
os velhos bairros,
sempre à toa
mas mora em lisboa
mas mora em lisboa
Quando vai cantar lá fora
tem uma ideia bizarra
na voz triste da guitarra
canta lá dias a fio
mas depois numa ansiedade
volta sempre num navio
chamado
saudade...
.
.
.
.
Esta é a minha cidade.
E estas são pequenas memórias que guardo,
de um tempo em que a àgua de beber, vinha de Caneças, em bilhas seladas.
Em que o pão era posto num saco de linho, pendurado na nossa porta, enquanto dormíamos.
Em que o leite era grosso, pesado, cheio de nata.
Memória de pregões, peixe em canastras de vime, aguas furtadas desenhadas em céu azul.
Bom, ainda ser possivel respigá-la em pequenos momentos e recantos. :)