segunda-feira, setembro 11, 2006
poesia tardia num corpo abandonado
Apareceste vestido de volúpia.
Tropeçaste na minha aparente indiferença
e falaste-me de um corpo que eu não conhecia.
Exploraste
em viagens contínuas
a feminilidade da minha paisagem
e desassossegaste as searas
alimentadas da minha insensatez.
Desvendaste templos.
Sensitivas Deusas se ergueram
magestosas
em teus dedos falicos
masculinos e perturbadores
de uma paz construida de véus...
agora despidos...
caídos...
e eu nua
perante os teus olhos
de águia
perguntei: Amas-me???
A sombra caiu sobre a tua boca
e eu nunca conheci a resposta.
Na pedra ígnea
do teu corpo
fiquei.
Para sempre
sou pedra também.
E o fogo já não mora aqui.
Beliche/Algarve/Ag2006