sexta-feira, junho 09, 2006
de menta e caril na alvura da nuvem
Hoje quero-te alva
despojada de ti
quase perfume.
hoje quero-te brisa.
sem pés que te prendam ao chão.
sem pernas por onde as serpentes
te possam prender.
Soberba como uma nuvem.
Despreendida da terra.
Quero-te virgem
sem véus
sem flores de laranjeira
a nascerem dos teus cabelos
e no entanto
pura
quero-te
sem pés nem cabeça
Soberba como uma nuvem
se desceres
sobre nós
vem descalça
para que os teus passos
não acordem invejas.
ampla
para em ti caber o sol
a lua
cheia
ou o horizonte
real
mas sem o futuro
geometricamente
calculado
segundo a segundo.
Intemporal.
mas mutavel
de uma
complexidade infinita.
de menta e caril
de espuma.
Esoterica
de sabores
para la
das palavras
escritas
no céu
sobre as texturas
dos sentimentos.
Palpáveis.
Hoje quero-te
como uma nuvem
de Verão
prenúncio de calor.
Soberba de paixão.
E tu sabes que és tu.
A gaivota.
:)