Chipre 2005 - Fotografia P.P
Sofro de falta de espaço nas palavras.
Pode ser patológico ou uma questão de alma.
Pode ser um tudo nada já visto.
Ou uma questão de moral.
Pode ser defeito ou virtude,
não caber no social.
Convencional.
Sinto-me tribal.
Acendo fogueiras de feitiços de amor.
Descalça espero a dança da chuva.
Tentaram convencionar-me, sem sucesso.
Não me consigo reger pelas leis dos animais,
nem tão pouco usar espartilho,
quando de emoção me engordo.
Não me contenho numa casa,
faço do céu minha cama.
e do mar, meu confidente.
Conheço os buzios onde guardo meus segredos.
Não me seguro nas palavras,
transbordo-me de sentimentos.
Não me limito ao sonho,
e tento realizá-lo.
Pos de perlimpimpim.
na entrega renascida.
Lá.
que não aqui, nas palavras.
Não me findo numa estrela, tento sempre agarrá-la.
à rivelia do mundo,
mantenho secretamente as estrelas que possui.
E de manhã enfeito os olhos
com brilhos de querubim.
Racionalmente crente do que existe,
irracionalmente escondido nos outros.
Tão fora de tudo e do tempo
que mantenho as mãos vazias,
para mais um por do sol.
Angelicalmente
se faz noite de luz, em mim.
Sem a aridez da terra, nos sulcos do meu rosto.
Sem o vazio do nada, nas asas do vento que habito.
Vanda