Para os aventureiros, aqui fica a receita:
Receita marroquina de cuscuz de carne
Ingredientes:
1kg de carne de vitela ;
500 gr de cuscuz ;
200 gr de grão de bico (de molho durante 12 horas);
1 cebola;
1 beringela;
4 cenouras;
4 batatas grandes;
5 tomates pelados;
100 gr de abóbora;
3 courgettes pequenas;
2 dentes de alho;
1 molho de coentros;
1 molho de salsa;
1/2 colher de sopa de pimenta;
1 colher de sopa de gengibre;
1 pitada de açafrão;
1 rama de canela (ou em pó);
azeite e sal.
Preparação:
Comece por saltear a cebola e os alhos (bem picadinhos) numa panela com um pouco de azeite: Junte os coentros e a salsa picados, a canela, o gengibre, a pimenta e o açafrão.
Deixe ficar por cerca de 5 minutos, antes de incorporar a carne, cortada em pedaços.
Encher com água 2/3 da panela.
Acrescente o grão de bico, e deixar cozer em lume brando durante 2 horas.
Incorporar a beringela, a abobora e as batatas, as cenouras e as courgettes (cortadas em rodelas).
Deixe cozer durante mais 20 minutos.
Lavar o cuscuz, escorre-lo e condimentá-lo com um fio de azeite e sal.
Mantê-lo no coador sobre a boca da panela durante 15 minutos.
Retirar, estendê-lo sobre um recipiente amplo, acrescentar um chávena de água e outro fio de azeite.
Voltar a coá-lo no coador e deixar cozer durante mais 15 minuto ao vapor.
Repetir esta operação 3 vezes.
Dividir o cuscuz por pratos individuais.
Cobrir com a carne, o grão de bico e os legumes e colocar o caldo numa terrina no centro da mesa.
Nota- No filme, os pimentos eram muito apreciados, por isso, vou-me atrever a acrescentá~los aos legumes da receita! ;)
.... e sei que o segredo de um cuscuz é o amor.
Não só porque foi o que a cozinheira tunisina -de olhar lascivo e faiscante- me segredou, ao passar-me a terrina de cuscuz para ir servir os homens da minha mesa, como pela mensagem do filme, como por todos os anos de cozinhados que trago em mim.
O segredo de qualquer bom cozinhado é sempre o amor (dedicação, atenção, tempo, imaginação e criatividade no uso de condimentos -e a arte de não abusar de nenhum deles) que imprimimos aos nossos gestos...
Por isso, quando cheguei do cinema fui em busca da receita...
Percebe-se através dela, que o cuscuz -como qualquer relação- precisa de tempo para estar no ponto...necessita de espaço para se soltar...carece de temperos para amadurecer...
Longe de fogos impetuosos que o danificariam pela certa, o cuscuz revela-se, pelo contrário, exuberantemente apetitoso, depois de muito tempo ao vapor...
E não sei o que lamente mais...se o tempo que actualmente falta para cozinhar, se a falta de amor que tantas vezes deixamos transparecer nos nossos gestos...