sexta-feira, março 07, 2008


Do silêncio dos lugares esquecidos
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chegam ecos de medo.
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Quantas morreram em nome do amor?
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Gritos embrulhados em gargantas de dor,
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- nem se atrevem a libertar.
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Sofrido segredo.
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Quantas mais morrerão em nome do amor?
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-degredo.
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Quantas noites mais
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- o passo em falso
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- a palavra trémula
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- o sonho dizimado
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Em mãos alheias,
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a cólera
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o soco.
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Até ao precipicio da morte.
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Amor de má sorte.
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Começam hoje as celebrações do dia da
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Mulher.
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Cantigas e rosas.
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Eu lembro as rosas sem nome que crescem nas estatisticas globais.
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- Que morrem em nome do amor.
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Urgente dar um coice no destino
Não à violência doméstica!
A violência não é apenas agressão fisica.
Trata-se também de agressão psicológica, manipulação e humilhação contínua.
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Cabe às Mulheres não aceitarem.
Acreditarem que há sempre outra saída.
Acreditarem nelas e no seu valor.
Cabe às mulheres amarem-se a si mesmas, como amam o outro. Muito mais, até. Cabe às mulheres darem um pontapé no destino, na má sorte. Desistirem do papel de salvadoras, boas samaritanas. Quando se derem por vencidas nesse papel, compreenderão, que ninguém muda ninguém e que a única escolha possível é mudarem elas de rumo...
-porque ninguém vive sem esperança.
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Fotografia de Stuart Maxwell