segunda-feira, maio 01, 2006

Levo-te...


(ainda) dormes embalado no rio que sou,
inundado de mim.
Do meu coração fiz o teu porto de abrigo,
e das minhas marés
as tuas rotas.

Levo-te hoje rio acima
na esperança de um mar
que nos liberte...

de um mar que nos faça perder a ancora da sobrevivencia
e nos cale os bancos de areia onde tropeçamos...

de um mar que nos renove
e leve com ele
os ferros onde ficamos esquecidos...

de um sal que nos queime.
que nos queime as palavras e as memorias de outros rios
por onde navegamos e nos perdemos.

...ainda dormes inundado de mim e já te levo pelo meu rio acima...até ao infinito das marés...

que invento para te amar.