
(ainda) dormes embalado no rio que sou,
inundado de mim.
Do meu coração fiz o teu porto de abrigo,
e das minhas marés
as tuas rotas.
Levo-te hoje rio acima
na esperança de um mar
que nos liberte...
de um mar que nos faça perder a ancora da sobrevivencia
e nos cale os bancos de areia onde tropeçamos...
de um mar que nos renove
e leve com ele
os ferros onde ficamos esquecidos...
de um sal que nos queime.
que nos queime as palavras e as memorias de outros rios
por onde navegamos e nos perdemos.
...ainda dormes inundado de mim e já te levo pelo meu rio acima...até ao infinito das marés...
que invento para te amar.