terça-feira, maio 09, 2006

Arvores e Florestas


Os maiores erros que cometi foram por ignorância.
Se não me conhecia a mim própria (ou aceitava) como reinvindicar o que me faria feliz?

Podemos ser uma arvore frondosa, termos até uma aparência acolhedora e a arte de bem receber em nossos braços, o viajante exausto de sol e de estrada que nos encontre.

Podemos ser únicas. Podemos ter o privilegio de sobressair na paisagem arida.

De que vale tudo isso se não nos conhecermos a nós proprios, se não soubermos o que queremos? Se não soubermos até onde a terra nos dá e a partir de onde, nos damos à terra?

De que valerão todos os ramos, folhas e raízes de que a natureza nos dotou senão tivermos sempre acesa em nós, a perspectiva clara do que somos, queremos e do que nos é essencial?

Árvores seculares derrubadas por orgulhos bestas? Árvores secas de seiva por mesquinhez?
Árvores quebradas por inflexibilidade? Árvores abandonadas por ignorância.

Assim somos nós. Como há-de a floresta brilhar e crescer, humanizada e em sintonia, se tanta árvore se entrega ao abandono de si propria?

Quando agora se fala de revolução, eu penso sempre na revolta das árvores.



Sinto a urgência de uma revolução de seiva.

Até que as folhas de novo, se inventem.